Com a exposição a drogas nocivas ao organismo, como substâncias existentes em cigarro, maconha e crack, a capacidade pulmonar do dependente químico fica prejudicada, favorecendo o surgimento de doenças como bronquite crônica e enfisema pulmonar. Como o pulmão do paciente já está debilitado, ele corre ainda mais riscos de tornar-se um caso grave de COVID-19, afirma o médico clínico Pádua Freire.
Além do hábito de fumar, o consumo de opioides também pode afetar a saúde respiratória. Ademais, as pessoas com algum distúrbio relacionado ao uso de substâncias possuem maior probabilidade de enfrentar a falta de moradia ou isolamento inadequado do que as pessoas comuns, finaliza dr. Pádua Freire
Estes são os motivos de existir um grande desafio no enfrentamento do coronavírus em relação à transmissão para pessoas com histórico de consumo de substâncias químicas.
O médico especialista cita os principais problemas do consumo de substâncias químicas com o enfrentamento do coronavírus. São eles: pessoas com distúrbios relacionados a substâncias químicas, comumente, estão em situação de rua; a situação de rua agrava a possibilidade de higienização, medida indicada para evitar a infecção; para conseguir alimento ou dinheiro precisam do contato com outras pessoas, dando mais possibilidade de infecção; além de existir menores possibilidades de se preocuparem com o isolamento social, visto que, normalmente, consomem as substâncias em grupo ou dividem itens utilizados para o consumo, como cachimbo, latas, etc., o que causa o contato com gotículas nas áreas de fácil infecção (boca, nariz, olhos). Outro fator é a dificuldade de assistência à saúde, por causa da estigmatização que pessoas dependentes sofrem na sociedade, enfrentando mais barreiras ao tratamento.
Por várias razões, incluindo sociais, fisiológicas e ambientais, é necessário ficar atento e buscar ajuda para pessoas que estão nesse tipo de situação, conclui o dr. Pádua.
Um ponto que é necessário ressaltar neste contexto é que situações catastróficas tem o histórico de aumentar o consumo do uso de drogas como álcool e fumo, e aumento de número de recaídas. Isso ocorre porque os dependentes costumam lidar com situações de estresse consumindo esse tipo de substância. Outro ponto é que, em isolamento, a pessoa corre o risco de sofrer uma overdose e não ter ajuda no momento.
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