Sarcopenia e diminuição dos níveis de força prejudicam diretamente a qualidade de vida
Há quase dez anos José Uchôa (72 anos) pratica musculação. Seus principais objetivos, quando fez sua inscrição na academia, eram: adquirir mais força, tratar lesões que adquiriu durante uma vida inteira de vida esportiva, e se tornar campeão no tênis. Tendo alcançado as metas, agora ele tem apenas um desejo: “quero adiar o máximo possível a dependência por outras pessoas para as atividades do meu dia a dia”, diz.
Aposentado na carreira militar, o Coronel Uchôa, como é mais conhecido, tornou-se cafeicultor, e viaja semanalmente – ele mesmo dirigindo – de Fortaleza para Guaramiranga, onde tem sua plantação de café. Entre um compromisso e outro, vai à academia três vezes por semana, e joga tênis pelos menos duas vezes. A cada seis meses, faz check-up médico para garantir que a saúde vai bem.
Com toda essa rotina, Coronel Uchôa é um exemplo de longevidade saudável, mas não por ter começado a cuidar da saúde após os 60 anos, e sim por já fazer bem antes da terceira idade. “A longevidade saudável precisa começar muito antes do que a maioria das pessoas imagina. Ela precisa ser uma consequência das escolhas que são feitas na infância, adolescência e vida adulta”, aponta Emmanoel Arrais, educador físico e coordenador da Academia Personal.
Segundo o profissional, há dois fatores que prejudicam diretamente a longevidade: a sarcopenia (perda de massa magra) e a diminuição dos níveis de força, que afetam as atividades do dia a dia. Para evitá-los ou adiá-los ao máximo, é necessário adotar desde cedo hábitos de vida saudável, o que inclui cuidados com a alimentação, prática de atividade física (principalmente a musculação) e redução do estresse, que será uma consequência dos dois primeiros.
“As escolhas de cada indivíduo fazem com que muitas vezes seja perceptível a diferença entre a idade biológica e a idade cronológica. Alguém com mais de 60 anos pode parecer bem mais jovem, forte e disposto, simplesmente em decorrência dos hábitos adotados ao longo da vida”.
Para quem alcançou a maturidade, os benefícios principais são o controle da pressão arterial, melhora da capacidade cardiovascular e respiratória, maior mobilidade, menor risco de doenças, e prevenção de alguns tipos de câncer. Além de tudo a atividade física é um dos meios mais eficientes para a melhora da qualidade, e isso inclui todas as idades. Dentre outras coisas a prática de exercícios auxilia no controle das mudanças decorridas pelo processo de envelhecimento, promovendo a independência e autonomia nos afazeres e atividades do cotidiano, o que para o idoso é de suma importância, trazendo para sua vida benefícios além da saúde, voltadas para o seu aspecto social e psicológico, finaliza Emmanoel Arrais.