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[PÚBLICO A SAÚDE] Sífilis: doença é a que mais cresce entre as ISTs no Brasil

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Especialista e professora da UNINASSAU explica as principais causas desse aumento

A Sífilis é uma infecção sexualmente transmissível (IST) causada pela bactéria Treponema pallidum. Apesar de ser 100% curável, quando não tratada, ela pode gerar complicações no sistema cardíaco, nervoso e cerebral.  Estima-se que, de 2010 a 2020, o Brasil tenha registrado mais de 780 mil casos de Sífilis adquirida, de acordo com o levantamento realizado pela Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), com base em dados do Ministério da Saúde. Porém, considerando os casos subnotificados, os números podem ser ainda maiores.

Neste mês, foi lançada a Campanha Nacional de Combate às Sífilis, com o objetivo de informar e estimular a população pela busca do diagnóstico e tratamento precoce da doença. “A campanha serve para conscientizar a população acerca dessa doença que tem crescido muito em números nos últimos anos”, explica a Dra. em Saúde Coletiva e professora do curso de Enfermagem da UNINASSAU Fortaleza, Kalline Barreto.

Ela afirma que a maior causa dos números da doença no Brasil se deve à falta de proteção durante as relações sexuais. “Desde 2018, os dados têm sido alarmantes. Eu atribuo esse aumento, também, à falta de conhecimento sobre as IST´s, mas principalmente ao não uso de preservativos e, isso é muito preocupante”, avalia.

Entre os principais sintomas está o aparecimento de ferida na região genital, que normalmente ocorre pouco tempo após a relação sexual desprevenida. Em geral, ela não apresenta cheiro e nem dor, porém, se não tratada, pode evoluir de forma sistêmica, atingindo a outros órgãos como o coração, visão, ouvidos e cérebro. Na fase mais tardia, também é comum o aparecimento de manchas na pele, principalmente nas palmas das mãos e sola dos pés.

Ainda de acordo com Kalline, após diagnóstico, o tratamento mais recomendado pelos especialistas é feito à base de peninicilia benzatina, popularmente conhecida como Benzetacil, considerada a forma mais eficaz de combate a bactéria, capaz de evitar a evolução da doença desde a sua primeira aplicação. 

Sífilis na gestação 

Em gestantes a doença é ainda mais grave. Por ser transmitida para o bebê por meio da placenta, a sífilis congênita pode causar complicações durante toda a gravidez, podendo levar ao parto prematuro ou ao aborto.

“Durante o pré-natal, os testes de rastreio são extremamente importantes para que possa ser identificado possíveis infecções. Entre os principais riscos, a sífilis pode causar a má formação da criança, problemas na visão, audição e graves sequelas no sistema nervoso. Contudo, se identificado a tempo, é possível que a gestação ocorra sem a transmissão e, consequentemente, o nascimento saudável do bebê”, finaliza Kalline.

Foto: divulgação

Rodrigo Kawasaki

Rodrigo Kawasaki

Editor-chefe da Público A.