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[PUBLICOA SAÚDE] Medicamentos para HIV também podem combater o Alzheimer; acesse aqui e saiba mais

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Em um novo estudo, pessoas vivendo com HIV que receberam medicamentos padrão para manter o vírus sob controle também tiveram taxas muito mais baixas de doença de Alzheimer – sugerindo que os medicamentos também podem reduzir os riscos para a doença cerebral.

É uma pesquisa em estágio inicial, mas é possível que os mecanismos usados por essas drogas contra o HIV funcionem em nível genético para impedir o Alzheimer no cérebro, concluiu uma equipe liderada pelo Dr. Jerold Chun. Ele é professor do programa de doenças degenerativas do grupo de pesquisa sem fins lucrativos Sanford Burnham Prebys, em La Jolla, Califórnia.

No estudo, o grupo de Chun analisou as taxas de doença de Alzheimer entre quase 80.000 indivíduos HIV positivos com mais de 60 anos. Mais de 46.000 deles receberam uma forma de medicamentos supressores do HIV conhecidos como inibidores da transcriptase reversa (RT).

Entre esse subgrupo, os diagnósticos de Alzheimer ocorreram em cerca de 2,5 pessoas por 1.000 – muito menos frequência do que os 6,15 por 1.000 observados em um grupo de controle de idosos sem HIV, descobriram os pesquisadores.

O estudo não foi projetado para provar que os inibidores de RT previnem diretamente a doença de Alzheimer. No entanto, a descoberta foi intrigante e há mecanismos genéticos que podem explicar a ligação, disseram os cientistas.

Em descobertas publicadas pela primeira vez na revista Nature em 2018, o laboratório de Chun mostrou que, em pacientes com Alzheimer, um gene encontrado em neurônios sofre mutações que podem produzir milhares de novas variantes genéticas.

O gene ligado ao Alzheimer, chamado APP, sofre essa transformação usando a mesma enzima – transcriptase reversa – que o HIV usa para sequestrar geneticamente as células humanas.

É por isso que os medicamentos inibidores de RT são um ingrediente comum no “coquetel” de drogas que as pessoas soropositivas usam para suprimir o vírus.

Então, é lógico que os inibidores de RT também podem frustrar os processos de RT envolvidos na doença de Alzheimer dentro das células cerebrais, teorizou a equipe de Chun.

Seu trabalho, publicado recentemente na revista Pharmaceuticals, foi financiado pelo Instituto Nacional do Envelhecimento dos EUA.

Em um comunicado à imprensa da Sanford Burnham Prebys, Chun enfatizou que a pesquisa ainda está em seus primeiros dias.

“O que estamos vendo agora é muito bruto”, disse Chun, que também é vice-presidente sênior de descoberta de medicamentos de neurociência na organização. “O próximo passo claro para nosso laboratório é identificar quais versões de RTs estão em ação no cérebro da DA [doença de Alzheimer], para que tratamentos mais direcionados possam ser descobertos, enquanto ensaios clínicos prospectivos de inibidores de RT atualmente disponíveis em pessoas com DA precoce devem ser perseguidos.”

Fonte: USNews – Foto: istockphoto

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Rodrigo Kawasaki

Editor-chefe da Público A.