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[PUBLICOA SAÚDE] Remoção de dentes sisos requer cuidados especiais; especialista explica condições que podem significar risco

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Recentemente, duas pessoas morreram após extraírem o dente: uma em São Paulo e outra em Fortaleza, ambos por infecção

A remoção dos terceiros molares, dentes popularmente conhecidos como sisos, é um dos procedimentos cirúrgicos mais frequentemente realizados pelos cirurgiões-dentistas especialistas em Cirurgia e Traumatologia Buco-Maxilo-Facial. Como outros procedimentos cirúrgicos, a remoção destes dentes requer cuidados e pode estar associada a riscos e complicações. Recentemente, duas pessoas morreram após extraírem o dente: uma jovem de 23 anos do interior de São Paulo, e um homem de 50 anos em Fortaleza, ambos por infecção. Clarice Maia, docente do curso de Odontologia do Centro Universitário Fametro (Unifametro), explica as condições que podem significar riscos.

De acordo com Clarice, os terceiros molares normalmente aparecem na cavidade bucal ao final da adolescência, por volta dos 17 anos. A falta de espaço, ocasionando um inadequado posicionamento destes dentes, bem como sua posição mais posterior no arco dentário são fatores que contribuem para queixas e sintomas apresentados pelos pacientes, como dor e dificuldade para higienizar. “Nesses casos, a inflamação do tecido gengival adjacente, cáries em virtude da dificuldade de higienização e dor local são alguns dos principais motivadores que levam os pacientes a buscar atendimento, e que justificam a realização da cirurgia”, explica a especialista.

Após a cirurgia de remoção, alguns motivos podem ser preponderantes para complicações como fraturas ósseas, ocorrência de sangramento com formação de hematoma, lesão nervosa e infecções pós-operatórias, segundo Clarice. Esses fatores são: idade avançada, doenças e condições de saúde que comprometem a imunidade do paciente, assim como um posicionamento dentário muito profundo, com maior recobrimento ósseo do dente a ser removido.

“Tais complicações, quando ocorrem, requerem um adequado e pronto tratamento, o qual pode consistir em um segundo procedimento cirúrgico, como no caso das fraturas ósseas envolvendo a mandíbula, ou de acompanhamento e tratamento clínico, associado ou não a abordagens cirúrgicas, se necessário, como é o caso das infecções e dos hematomas. Infecções após a remoção de terceiros molares devem ser diagnosticadas e tratadas de forma precoce, incluindo antibioticoterapia e drenagem cirúrgica, quando necessário”, alerta Clarice.

Como forma de minimizar intercorrências e complicações, a dentista alerta para a importância do acompanhamento por um profissional capacitado para a realização do procedimento cirúrgico, além do seguimento de forma rigorosa das orientações pós-operatórias recomendadas e do adequado uso de medicações prescritas pelo profissional, incluindo o uso de antibióticos, caso necessário.

Foto: divulgação

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Rodrigo Kawasaki

Editor-chefe da Público A.